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4 discursos que mudaram o mundo

Grandes discursos podem mudar os caminhos da história e também influenciar populações inteiras. Um dos primeiros e mais poderosos discursos foi o de Alexandre, o Grande, que usou técnicas de oratória aprendidas com o filósofo Aristóteles para encorajar os seus soldados a lutar novamente na Índia, mesmo após a conquista de parte do território grego. Realizar um discurso é um momento de muita responsabilidade, já que pode iniciar ou cessar guerras, acalmar corações ou despertar o ódio. Neste post, selecionamos outros quatro discursos marcantes na história da sociedade. Acompanhe abaixo!

Theodore Roosevelt

Eleito o 26º presidente dos Estados Unidos em 1901, o republicano Theodore Roosevelt realizou um discurso memorável na Universidade de Sorbonne, em Paris, no dia 23 de abril de 1910, um ano após deixar o cargo da presidência. Sua passagem pela universidade francesa fez parte de uma viagem à Europa, onde Roosevelt participou de uma série de eventos.

O título do discurso proferido em 1910 é “Cidadania em uma República”, e possui aproximadamente 35 páginas e duração de 60 minutos. Diante de ministros, oficiais do exército e estudantes, Roosevelt falou sobre a história da sua família, a guerra, os direitos humanos e de propriedade, a cidadania e até sobre a taxa de natalidade da França. Porém, o discurso ficou mais conhecido por conta da passagem abaixo, nomeada “O Homem na Arena”, a qual trouxe uma visão inovadora sobre os políticos:

“Não é o crítico que importa; não aquele homem que aponta como o homem forte fraqueja, ou onde aqueles que realizaram algo poderiam tê-lo feito melhor. O crédito pertence ao homem que encontra-se na arena, cuja face está manchada de poeira, suor e sangue; aquele que esforça-se bravamente; que erra, que se depara com um revés após o outro, pois não há esforço sem erros e falhas; aquele que esforça-se para lograr suas ações, que conhece grande entusiasmo, grandes devoções, que se entrega a uma causa nobre; que, no melhor dos casos, conhece no fim o triunfo da realização grandiosa, e que, no pior dos casos, se falhar, ao menos falha ousando grandeza, para que seu lugar jamais seja com aquelas frias e tímidas almas que não conhecem vitória ou fracasso.”

Mahatma Gandhi

A Índia esteve sob a dominação da coroa britânica por quase um século e, durante a 2ª Guerra Mundial, uma das personalidades que lutou para mudar esse cenário foi o ativista Mahatma Gandhi. O famoso líder indiano lançou o movimento “Quit India” em 8 de agosto de 1942; ali, ele fez um protesto exigindo o fim da dominação britânica. Publicamente, Gandhi fez um discurso chamado “Do or Die” (Faça ou Morra, em português), no parque Gowalia Tank Maidan, no centro de Mumbai, onde compartilhou as táticas de desobediência civil sem violência desenvolvidas por ele. Apesar da conquista indiana pela independência, pouco tempo após o discurso de Gandhi, os ingleses agiram e grande parte dos líderes do Congresso Nacional Indiano foi presa sem julgamentos.

Martin Luther King Jr.

Pastor e ativista político, o norte-americano Martin Luther King Jr. foi um dos organizadores da “Marcha de Washington por Empregos e Liberdade”, em 28 de agosto de 1963. A marcha foi um fato decisivo na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis. Ele também foi o responsável pelo famoso discurso “I Have a Dream” (Eu Tenho um Sonho), feito nos degraus do Lincoln Memorial diante de 200 mil pessoas. Nesse momento, o ativista falou sobre a necessidade da harmonia e da união entre negros e brancos. Em um dos trechos mais marcantes de sua fala, Luther King disse: “Eu tenho um sonho de que meus quatro filhos um dia viverão em uma nação que não os julgará pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter.” 

Nelson Mandela

O advogado e líder político Nelson Mandela foi condenado à prisão no Julgamento de Rivonia, que aconteceu na África do Sul nos anos 1963 e 1964, quando dez líderes da Aliança do Congresso foram acusados de sabotagem e condenados à morte por tentar acabar com o Apartheid, sistema de segregação da população negra. O Apartheid impedia as relações entre as pessoas de raças diferentes e foi aplicado pela pequena parte branca da África do Sul entre os anos 1948 e 1994. Pouco antes de sua prisão, porém, em 20 de abril de 1964, Mandela fez um poderoso discurso. Em sua fala, ele revelou todas as políticas de segregação praticadas pelo regime do Apartheid para a população sul-africana.

Em um dos trechos mais famosos de seu discurso, Mandela disse sobre a causa democrática: “É um ideal para o qual espero viver e conseguir realizar. Mas, se preciso for, é um ideal para o qual estou disposto a morrer.” Madiba, como também era conhecido devido ao seu clã, passou 27 anos na prisão, foi libertado em 1990, e entre 1994 e 1999 foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país.

Em 2001, foi lançado o CD “The Voice of Nelson Mandela” (“A Voz de Nelson Mandela”), composto por 15 minutos desse célebre discurso de Mandela, que tem um total de 3 horas. As palavras ditas pelo líder nesse discurso, que ficou conhecido como “Estou disposto a morrer”, foram de grande importância na luta pela igualdade de direitos entre negros e brancos, não só na África do Sul, mas no mundo todo.