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A importância dos simulados

Para os estudantes do Ensino Médio, simulados não são novidade. Aliás, são parte da rotina escolar e de estudos que esses jovens passam anualmente. Seja para o Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, ou para vestibulares – e muitas vezes, uma coisa está atrelada a outra – fazer provas para compreender sua dinâmica, acontece com relativa frequência. 

No entanto, não só de ENEM ou vestibulares vive a Educação. Outras provas oficiais do Ministério da Educação aparecem em momentos diferentes da escolarização buscando coletar dados sobre a qualidade de ensino no Brasil, das redes públicas e privadas, e, quiçá, trazer intervenções para que esses índices se tornem cada vez menos díspares. Já sob a batuta da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, INEP, em 2019 ofereceu o primeiro Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) com suas novas matrizes e um foco em Ciências para o 9o. Ano.

Estudar para quê?

Como no PISA, Programa Internacional de Avaliação de Alunos, as habilidades e conhecimentos na área de ciências são foco do estudo para compreensão das formas de ensino e aprendizagem dentro dos contextos das economias que fazem parte deste programa, buscando a melhoria contínua de áreas de conhecimento vitais ao desenvolvimento humano. 

Logo, é possível pensar num alinhamento das provas que buscam qualificadores entre os estudantes brasileiros com os mais conceituados exames internacionais para entendimento dos movimentos da Educação.

O Saeb, como aponta o INEP, “é um conjunto de avaliações externas em larga escala que permite ao Inep realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de fatores que podem interferir no desempenho do estudante.

Por meio de testes e questionários, aplicados a cada dois anos na rede pública e em uma amostra da rede privada, o Saeb reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelos estudantes avaliados, explicando esses resultados a partir de uma série de informações.”

Os testes consistem em avaliações de Língua Portuguesa e Matemática para estudantes do 5o e 9o anos do Ensino Fundamental e 3o ano do Ensino Médio, a fim de compreender o nível de leitura e interpretação de textos e resolução de problemas desses jovens. Para as crianças do 2o ano do Ensino Fundamental, fica a atribuição de aferir os níveis de alfabetização para que possam seguir o ciclo com as devidas intervenções escolares.

Além do Saeb, encontramos a Provinha Brasil. De acordo com o site do INEP, “a proposta da Provinha Brasil é oferecer informações que possam orientar tanto os professores quanto os gestores escolares e educacionais na implementação, operacionalização e interpretação dos resultados dessa avaliação”. Ainda, o Instituto ressalta que:

A Provinha Brasil é um instrumento pedagógico, sem finalidades classificatórias, que fornece informações sobre o processo de alfabetização e de matemática aos professores e gestores das redes de ensino, e conforme Portaria nº 10, de 24 de abril de 2007, tem os seguintes objetivos:

  • avaliar o nível de alfabetização dos educandos nos anos iniciais do ensino fundamental;
  • oferecer às redes e aos professores e gestores de ensino um resultado da qualidade da alfabetização, prevenindo o diagnóstico tardio das dificuldades de aprendizagem;
  • concorrer para a melhoria da qualidade de ensino e redução das desigualdades, em consonância com as metas e políticas estabelecidas pelas diretrizes da educação nacional.

Logo, oferecer aos estudantes oportunidades para conhecer esses padrões nacionais demonstra necessidade às escolas. Sem o intuito de “programar” jovens e crianças para as avaliações, mas introduzi-las a uma rotina de estudos e mesmo, uma rotina escolar, os simulados podem ser de grande valia para apoiar o estudante nesses momentos.

Rotinas e rituais

Sabe-se que a escola é um local de rotinas e rituais. Por meio de ações educativas e intencionais, professores e professoras trabalham com seus estudantes da Educação Básica buscando modelar as melhores práticas de sala de aula, e assim, aprimorando a postura de estudante de cada criança e jovem. Igualmente, é dado que as provas oficiais são parte do fazer institucional, afinal de contas, podem gerar dados importantes para a manutenção e melhoria do Plano Pedagógico da escola. 

E, como toda a rotina escolar, lidar com esse tipo de avaliação também é algo ensinado. É pouco provável que um estudante que desconheça a avaliação, sua intenção e seu fazer tenha um bom desempenho. Além disso, é vital que a prática educativa tenha transparência e coerência com os princípios e valores da escola. Assim, não se almeja esconder dos jovens e crianças esse passo de sua escolarização.

Trabalhar com simulados e atividades avaliativas nos moldes das avaliações oficiais, seja do Saeb, ENEM ou mesmo, a Provinha Brasil, visam uma familiarização com os mesmos. Compreender o tempo, o estilo e o que se espera dos estudantes pode ajudá-los a construir uma rotina de estudos e de prática para esses momentos.

A prática faz a perfeição, já se sabe. Por isso, praticar fazer provas e avaliações também apoia emocionalmente familiares, escola e estudantes. Navegar em território conhecido é sempre mais fácil – ou menos assustador!

Uma das instâncias mais importantes das avaliações, sejam oficiais ou não, é o fato de que medem os passos de quaisquer estudantes – crianças, jovens ou adultos – até o atual momento de seus estudos e aprendizagens. 

As avaliações formativas, diagnósticas ou mesmo somativas, demonstram um mapa no qual os obstáculos se colocam com clareza. As lacunas de conhecimento ou de compreensão acerca dos objetos de conhecimento ficam mais claras e assim, mais fáceis de receberem intervenção.

Em vista de tudo isso, é válido apostar na prática de simulados para todos os ciclos da educação. Para que os professores possam conhecer seus estudantes e suas habilidades e competências, seu conhecimento e compreensão; para que os estudantes desenvolvam suas rotinas de estudos e habituem-se com as práticas de avaliações externas; para que as escolas conheçam seu potencial e realidade em termos de sua eficácia educacional, todos ganham com essa prática.