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Braille: qual a história desse sistema?

Você sabia que no dia 4 de janeiro é celebrado o Dia Mundial do Braille? Essa data é muito importante para celebrar esse método e manter acesa a discussão a respeito da educação inclusiva e dos direitos das pessoas cegas ou com baixa visão. Para você entender mais sobre a relevância dessa comemoração, vamos te contar como surgiu o sistema Braille e a sua importância no mundo. Confira!

Quem foi Louis Braille?

O inventor do sistema de leitura e escrita utilizado hoje por milhões de pessoas foi um francês chamado Louis Braille, nascido no dia 4 de janeiro de 1809, em Coupvray, uma pequena vila a 45 quilômetros de Paris.

Aos três anos de idade, Braille machucou seu olho esquerdo enquanto brincava na oficina de seu pai. Sem a correta orientação médica, o ferimento infeccionou e, meses depois, atingiu o olho direito, provocando cegueira total.

Com 10 anos, o menino, que era um estudante exemplar, conseguiu uma vaga para estudar no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris, a primeira instituição voltada para o ensino de crianças e adolescentes cegos do mundo. Na época, era utilizado na instituição um sistema de leitura desenvolvido por Valentin Hauy, método pioneiro que consistia na identificação das letras por meio de relevo e contorno.

Braille se formou na escola e desenvolveu também suas habilidades na música, tornando-se um ótimo pianista. Ele, então, retornou ao Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris como professor e publicou uma série de livros voltados para o ensino de jovens cegos. Aos 43 anos, em 6 de janeiro de 1852, Louis Braille faleceu devido à tuberculose.

Criação do sistema Braille

Embora durante a vida de estudante Louis Braille tenha alcançado excelentes resultados, ele acreditava que o sistema de leitura e escrita usado até então era lento. Foi quando ele conheceu o capitão Charles Barbier de la Serre, que desenvolveu um método de comunicação que permitia aos militares a troca de informações durante a noite, sem que o inimigo pudesse entendê-los. A comunicação era feita por meio de sinais em relevo que, quando combinados, significavam uma ordem.

Braille aprendeu a se comunicar usando esse método, mas constatou que faltavam alguns recursos, como sinais para acentuação, pontuação, números e notas musicais. Ele então aperfeiçoou o sistema e o adaptou para pessoas cegas.

No ano de 1824, aos 15 anos, Louis Braille já havia terminado suas adaptações e apresentou em sua escola o novo sistema de leitura e escrita para os estudantes. Porém, mesmo argumentando que a nova técnica era mais ágil, dinâmica e completa, muitos professores se colocaram contra a mudança do sistema de Valentin Hauy.

A troca do sistema só aconteceu 19 anos mais tarde, em 1843, quando uma nova diretoria permitiu o uso do método que Braille havia inventado. Após essa mudança, o sistema Braille foi difundido e se tornou o mais utilizado pelo mundo.

Como funciona o sistema Braille?

O método de leitura tátil e escrita é formado por 63 sinais escritos em relevo, formados por até duas fileiras verticais paralelas com até 3 pontos em relevo em cada uma. A leitura e a identificação dos sinais é feita da esquerda para a direita. Confira como são alguns dos sinais!

Relevância mundial

A insistência de Louis Braille para desenvolver um sistema de leitura e escrita universal que fosse rápido, eficiente e completo ajudou as pessoas cegas e com baixa visão a ter acesso facilitado às informações e ao conhecimento, favorecendo a inclusão e sua comunicação. No Brasil, o método foi introduzido em 1850 por José Álvares de Azevedo, com o apoio do Imperial Instituto de Meninos Cegos (hoje, Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro), e fomos o primeiro país da América Latina a adotá-lo.

Hoje em dia, muitos órgãos, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a UMC (União Mundial dos Cegos), trabalham na divulgação da importância da inclusão social em todos os âmbitos.

É fundamental conhecermos mais sobre a história de um modo de se comunicar tão importante e que faz a diferença na vida de muitas pessoas, não é mesmo?