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Guia de Profissões: O que faz um diplomata?

O diplomata é o responsável pelas relações do Brasil com as nações do mundo. A carreira é recheada de reuniões e vivências internacionais, o que faz o trabalho desse profissional essencial para manter a amizade, a paz e a segurança do nosso país. Aqui, explicamos a importância dessa carreira para o Estado e qual a trajetória para se tornar um diplomata. Acompanhe!

O que significa ser um diplomata?

O diplomata é o profissional responsável por representar o Brasil em outras federações ou em instâncias internacionais. Seu papel é acompanhar as discussões com as comunidades de outras nações, colher informações necessárias para reformular a política externa do país, participar de reuniões internacionais em nome do Brasil e também promover as nossas culturas e valores em outros locais do mundo. Dessa forma, a sua atuação está diretamente relacionada às mais diversas áreas do conhecimento, como administrativa, política, econômica, consular, ambiental e cultural.

Qual o curso superior de um diplomata?

A diplomacia é uma profissão que envolve um grande volume de conhecimento e aprimoramento constante; afinal, esses profissionais devem estar preparados para dialogar sobre uma infinidade de temas, como segurança, paz, comércio, relações econômicas, meio ambiente e direitos humanos. No entanto, não é necessário ter formação em um curso superior específico. Para assegurar as diversas funções e as frentes de atuação desse profissional, basta a comprovação da graduação em uma instituição de ensino devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).

Logo, é extremamente comum encontrar inúmeras graduações diferentes entre os profissionais que hoje atuam como diplomatas. Entre eles, estão os cursos de Administração, Comunicação Social, Relações Internacionais, Direito, Economia, Filosofia e até mesmo Arquitetura e Urbanismo, Medicina e diversas áreas da Engenharia.

Concurso de Admissão à Carreira Diplomática

Apesar da ampla gama de formações acadêmicas desses profissionais, há uma série de exigências para atuar na carreira de diplomata. O primeiro passo é se inscrever no Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD), um processo seletivo organizado pelo Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

O concurso é dividido em quatro fases diferentes, é extremamente rigoroso e conhecido pelo seu notável nível de dificuldade, uma vez que explora uma grande gama de assuntos diversos e densos. A primeira etapa é composta de questões objetivas de português, história geral e história brasileira, inglês, geografia, política internacional, direito e economia. A segunda fase envolve questões interpretativas da língua portuguesa e a produção de uma redação, enquanto a terceira etapa traz questões discursivas sobre história brasileira, política internacional, geografia, economia, inglês e noções de direito internacional. Por fim, o candidato enfrenta a última fase: uma prova objetiva das línguas espanhola e francesa.

Você sabia?

O nome Itamaraty se originou da associação do Ministério das Relações Exteriores com a sua sede inicial na Rua Larga, no Rio de Janeiro, onde esteve desde o ano de 1899. A estrutura era, inicialmente, propriedade do Barão de Itamaraty, Francisco José da Rocha Leão. O costume foi formalizado em uma lei, promulgada em 1967.

Outro fato interessante é que o Instituto Rio Branco foi criado em 18 de abril de 1945, como símbolo para a  comemoração do centenário de nascimento do Barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior, considerado o primeiro diplomata brasileiro. Em março do ano seguinte, foi instituído o Curso de Preparação à Carreira de Diplomata, cuja primeira turma formou 27 cônsules.

A hierarquização

Após a aprovação no CACD, o profissional será empossado na classe inicial da carreira de diplomata como terceiro secretário e, automaticamente, será inscrito no Curso de Formação Rio Branco, na cidade de Brasília. Antes de iniciar as funções de fato, o novo diplomata irá frequentar um curso de formação profissional exclusivo ao longo de três semestres. Na grade curricular, estão disciplinas como Defesa, Segurança e Política Externa; Diplomacia e Relações Públicas; Direito Internacional Público; e Organizações Econômicas Internacionais e Contenciosos. Ainda, há uma série de matérias voltadas às línguas estrangeiras, como inglês, espanhol, francês, árabe, russo e até mesmo chinês.

No último semestre do Curso de Formação, o novo diplomata irá vivenciar um processo de estágio em diferentes divisões e departamentos brasileiros do Itamaraty. Após o estágio,  será efetivado conforme suas habilidades em sua área de atuação, e com aprimoramento, irá avançar e alcançar novos cargos. É importante ter em mente que a carreira diplomática é extremamente hierarquizada, sendo composta pelos seguintes cargos, respectivamente: segundo secretário, primeiro secretário, conselheiro, ministro de segunda classe e ministro de primeira classe.

Na última titulação, o diplomata estará apto a ser indicado pelo presidente da República e assumir a cadeira de embaixador, o representante do país junto ao presidente, ou cônsul-geral, profissional cujos esforços são voltados a ajudar os brasileiros em uma outra nação. No entanto, vale ter em mente que o diplomata também pode ser escolhido para atuar em posições internacionais em todas as outras funções.

Regime integral

Ligada diretamente ao Estado, a carreira de um diplomata exige a preparação do profissional para lidar diretamente com questões governamentais em tempo integral. Normalmente, os diplomatas têm uma rotina intensa, na própria embaixada ou no Itamaraty, mas também estão sempre presentes em eventos, encontros e situações sociais diversas que são relevantes para o aprimoramento da relação entre o Brasil e a comunidade internacional.

Ainda, esse profissional tem o desafio de dialogar com novas culturas e costumes frequentemente, já que passa grande parte do tempo em outros países, buscando compreender como é possível proporcionar novos relacionamentos com o Brasil nos âmbitos social, econômico e político.