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Primeiros pensadores da ciência social: Durkheim

Émile Durkheim é um dos principais nomes da sociologia moderna. Nascido em 15 de abril de 1858, na região da Alsácia-Lorena, na França, Durkheim é considerado, ao lado de Max Weber, um dos pais da sociologia moderna como conhecemos e estudamos hoje em dia.

Sua contribuição para esse campo de estudos se deu por meio da definição de fatos sociais e como eles influenciam e explicam a sociedade. Durkheim faleceu aos 59 anos, no dia 15 de novembro de 1917, na cidade de Épinal, França.

Já deu para perceber que Durkheim é um nome bem importante para os estudos modernos, né? Por isso, merece uma atenção especial na hora de estudar para o vestibular! Confira abaixo um pouco mais sobre a sua vida e suas principais obras.

Vida e obra

Durkheim iniciou seus estudos em filosofia aos 21 anos, em Paris. Aos 29 anos, passou a se dedicar aos estudos da sociedade, dando origem a um novo e amplo campo do conhecimento, a sociologia.

Durante sua trajetória enquanto estudioso e pesquisador, Durkheim publicou a obra “As regras do método sociológico” (1895), na qual definia as diretrizes e a metodologia para as pesquisas e estudos da sociologia. Por meio deste livro, ele conseguiu transformar a sociologia em uma disciplina acadêmica, unindo as pesquisas empíricas (ou seja, aquelas obtidas através da experiência do pesquisador) e as suas teorias sobre uma série de questões que envolvem a sociedade.

Além disso, uma das principais contribuições de Durkheim foi a definição dos fatos sociais, razões e influências que justificam as ações que todos os seres humanos têm na vida cotidiana. Acompanhe!

Fato social

O próprio sociólogo definiu o fato social como “toda aquela maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior”. Ou seja, é tudo aquilo que pode interferir nas escolhas humanas, das coisas mais simples às mais complexas, sem distinção de grandeza e que seguem três características fundamentais: generalidade, coercitividade e exterioridade.

Generalidade

São os fatos sociais que acontecem de forma geral na sociedade; algo que atinge a todos, como as leis e as divisões de trabalho.

Coercitividade

Quando nascemos, muitas regras, condutas e práticas já estão impostas na sociedade, portanto todas as pessoas são obrigadas a segui-las. O não cumprimento delas pode acarretar punições. Por isso, somos obrigados a respeitá-las.

Exterioridade

É o conceito de que os fatos sociais são externos ao indivíduo. Sendo assim, são impostos aos seres humanos e não há espaço para a consciência particular.

Instituições sociais

Durkheim desenvolveu obras em que deixava clara a preocupação com o bom funcionamento da sociedade e introduziu o conceito de instituições sociais, definidas como grupos em que as regras e valores são aceitos pela sociedade e que têm função de satisfazer as necessidades das pessoas. Alguns exemplos são a família, a escola e as religiões.

Dessa forma, todas essas instituições sociais teriam a função de manter o bom funcionamento da sociedade. Qualquer quebra dos fatos sociais acarretaria em uma anormalidade, que poderia gerar uma série de problemas e recomposições sociais.

Durkheim definiu esse conceito comparando a teoria com o funcionamento de um organismo: segundo ele, existem estados de normalidade e de patologia. Quando há uma patologia, o organismo deve buscar soluções para eliminá-la e voltar para o estado normal. Por essa descrição, sua teoria é chamada de funcionalista.

Outra das obras mais significativas de Durkheim é “O suicídio” (1897), na qual o pensador associa a quantidade elevada de suicídios na Europa com a fraqueza das instituições sociais existentes na época, ressaltando como as regras são fundamentais para o bom funcionamento da sociedade.